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Islândia: roteiro e dicas de viagem

- Por Marcos Slaviero Islândia: roteiro e dicas de viagem

O Fernando Palazzo viajou para a Islândia e voltou com dicas imperdíveis pra quem pensa em visitar esse país super diferente. Confira. 

O que falar desta maravilhosa ilha situada no Atlântico Norte chamada Islândia?! Viajar para a Islândia passa a sensação de estar viajando para outro planeta! País considerado “novo” por seu aspecto geológico, viajar pela terra dos vikings é defrontar-se continuamente com paisagens estonteantes que variam entre gêiseres, vulcões, glaciares, praia de lava, placas tectônicas e no inverno com a aurora boreal!

A principal companhia que leva para a Islândia é a Icelandair. No meu caso parti de Dublin e após duas horas e vinte minutos de voo comecei a visualizar um cenário que me lembrava o planeta Marte. Nada de lindas campinas como na Irlanda e região, mas sim um vasto terreno rochoso se preparava para receber meu avião.

Como era de se esperar, país com elevado IDH, falar inglês era algo básico, de modo que a comunicação foi extremamente fácil. Já devidamente aparelhado com as minhas preciosas coroas islandesas saí do aeroporto e fui alugar um carro, o qual me parece ser imprescindível para explorar essa maravilhosa ilha. Existem diversos tours para algumas regiões próximas a Reykjavik, porém acredito que dirigir pela Islândia é uma experiência por si só, fora a liberdade.

Após dirigir aproximadamente 50 minutos em uma estrada perfeita cheguei no meu hotel em Reykjavik. Após me estabelecer saí para dar uma volta pela cidade, que por sinal é bem pequena e com algumas atrações. Por sorte, apenas nesse dia tive céu azul na capital o que me deu um lindo visual sobre a cidade. Destacam-se na cidade a igreja Hallgrímskirkja, o monumento Solfar Sun Voyager e algumas outras atrações que acabei não indo, pois para mim o mais interessante estava fora da cidade. Fechei o primeiro dia andando pelo calmo centro da cidade e comi em um restaurante italiano mesmo, pois confesso que não estava muito disposto em comer carne de baleia (prefiro elas vivas).

 

No segundo dia fui na imperdível Bluee Lagoon. Infelizmente o céu azul já tinha desaparecido a essa altura... Trata-se de um lugar com águas naturais termais que foram canalizadas e dá para tomar um relaxante banho. Fica próximo ao aeroporto, portanto há uns 40 minutos do centro da cidade. Na Islândia tudo exigirá um deslocamento razoável, mas as estradas são excelentes. Com uma estrutura impecável é possível passar horas lá renovando as energias e se divertindo.

Após esse período maravilhoso, fui para o Thingvellir National Park onde tem as fissuras das placas tectônicas. De um lado encontra-se a placa tectônica da Europa enquanto que do outro a da Eurásia! O parque em si tem muita história, sendo que o paredão de rochas, devido ao eco que proporciona, era utilizado como parlamento no passado.

Fim do dia hora de dormir, porém nessa época do ano o sol predomina, de modo que já não tinham noites completamente escuras. No verão existe o sol da meia noite.

No terceiro dia tinha agendado para fazer uma das maiores experiências da minha vida: mergulhar entre as placas tectônicas da América e Eurásia! Retornei ao Thingvellir National Park, onde lá existe um local chamado Silfra em que é possível mergulhar. Existem duas opções de mergulho: por cilindro e snorkeling. Para a primeira exige-se um certificado internacional enquanto que para a segunda basta a coragem de mergulhar em uma água cuja temperatura oscila entre 0 e 2 graus! Existem algumas empresas que fazem o mergulho e optei pela dive.is que apesar de ser mais cara me pareceu mais certificada. Para o mergulho será fornecido uma roupa térmica, sendo que em todo o mergulho, cuja duração é de aproximadamente 40 minutos, apenas senti frio nos dedos das mãos (mais por conta de manusear a Gopro) e dos pés, mas totalmente suportável. A água realmente é muito gelada, mas a experiência é incrível!

Em Silfra a água é extremamente pura, sendo que faltam minerais. Assim, não existem peixes no local e a nitidez da água é simplesmente absurda. Ao longo do trajeto é possível se maravilhar vendo com extrema nitidez as rachaduras e tensão nas rochas produzidas pelas placas. A cada ano elas se distanciam 2 centímetros umas das outras. Ao término do trajeto somos recebidos com um chocolate quente e uns biscoitos para esquentar a alma! Sem sombra de dúvidas uma experiência sensacional! Vestir a roupa térmica em si não é muito confortável, mas o que os olhos irão ver vale a pena cada segundo!

 

Na sequência, como estava na mesma região, segui para ver os gêiseres e a magnífica cachoeira de Gullfoss. Ambos estavam na mesma região do parque, sendo que na Islândia é muito importante ter essa noção e cobrir as áreas de forma bem definida.

Os gêiseres são sensacionais, merecendo destaque o Strokkur. Na região dos gêiseres existe um grande restaurante, posto de gasolina e loja de souvenires. Então, é uma boa oportunidade para almoçar, abastecer e seguir.

Um pouco adiante dos gêiseres, cerca de 25 minutos dirigindo, está a lindíssima cachoeira de Gullfoss. Visual incrível que rende um bom momento de contemplação e sem dúvida lindas fotos.

No quarto dia, como tinha optado em permanecer em pernoitar em Reykjavik, foi o dia em que fiz o maior deslocamento. O objetivo era conhecer as incríveis cachoeiras de Seljalandsfoss e Skógafoss. A primeira proporciona o incrível prazer de dar a volta por trás dela, sendo que um pouco mais adiante existe outra cachoeira dentro de uma caverna que irá igualmente levantar o espírito! E claro, vale a dica de ir com roupa impermeável, afinal tomar um banho é inevitável...! As cachoeiras de Seljalandsfoss merecem um bom tempo para desfrutar, sendo seguramente um dos pontos altos da viagem.

 

Logo adiante, creio que uns 15 minutos de carro está a igualmente majestosa Skógafoss. O sol nesse curto espaço de tempo resolveu se esconder, o que, no entanto, não tirou o brilho desta imponente cachoeira. É possível chegar muito perto da queda d´agua, certo, porém, que outro revigorante banho está por vir...! 

Encerradas as “principais” cachoeiras, era hora de seguir para o glaciar de Jökulsárlón e a praia dos diamantes. No meio do caminho existe a “cidade” (uma vila praticamente) de Vik. Parei para almoçar e abastecer (melhor garantir), sendo que ali tem uma famosa praia com areia preta vulcânica e lindo visual. Quando cheguei estava uma garoa com um vento forte e apenas olhei de longe, pois meu objetivo era ir para os glaciares. Para quem tiver tempo acredito que vale muito a pena dar uma olhada! No meu caso, como já tinha me molhado e secado algumas vezes preferi olhar de longe mesmo e manter meu calor!

Ao longo do trajeto o visual era sensacional! Com a devida playlist a viagem de carro virá um dos maiores prazeres possíveis, sendo que o tempo passa voando. Foram aproximadamente 2 horas até Vik e um pouco mais até o glaciar de Jökulsárlón.

Valeu a pena cada segundo. A paisagem muda absurdamente, sendo que ao chegar no glaciar o visual é sensacional! Não tive tempo, mas existem diversos passeios pelos glaciares, um, inclusive, entrando na caverna de gelo! Faltou tempo para ir! Um pouco mais a frente dos glaciares está a chamada “praia dos diamantes”. Simplesmente sensacional! Trata-se de uma “praia” com areia vulcânica preta recheada de pedaços de gelo que fazem o visual ficar incrível.

 

Ao longo destes quatro dias percorri o sul da Islândia em uma viagem que renova a mente e a alma. Sem sombra de dúvidas existem muitos outros lugares na ilha, sendo que hoje tenho plena certeza de que para fazer uma viagem completa deve-se alugar um carro e dar a volta na ilha, o que, de forma tranquila, deve levar uns 7, 8 dias, pernoitando pelo caminho.

De todo modo, para mim, essa viagem ficará para sempre marcada por todas as sensações que proporciona. A quietude do local, sem aquele agito dos grandes centros turísticos, dirigir envolto por uma paisagem que mudava radicalmente em questão de alguns quilômetros e a conexão com a natureza e o planeta fazem você se sentir vivo e maravilhado por tantas coisas maravilhosas que existem nesse universo!