O desejo de ter filhos biológicos também se estende aos casais homoafetivos, que tiveram o reconhecimento da união estável como entidade familiar no Brasil em 2011, pelo Supremo Tribunal Federal. Essa possibilidade existe tanto para casais de mulheres como casais de homens, que têm a opção de fazer tratamentos para conceber uma criança.
No caso de casais femininos, é necessário adquirir o sêmen de doadores através de um banco específico, que pode ser nacional ou internacional, cada um com particularidades em relação aos dados e informações dos doadores. “Esse tratamento poderá ser feito de duas maneiras: inseminação artificial com sêmen do doador em uma das mulheres do casal; ou fertilização in vitro com o sêmen doado e o óvulo de uma das companheiras”, destaca a médica Karyna Bustelo Saab, especialista em reprodução humana.
Na inseminação artificial, a mulher que receberá o sêmen de doador toma medicações para estimular folículos. Na melhor data do ciclo, o sêmen é preparado e inserido no útero da paciente. Após 14 dias, é realizado o exame BGCH (teste de gravidez) para saber se o procedimento teve sucesso.
A fertilização in vitro (FIV) poderá ser feita com óvulos de uma companheira fertilizados com sêmen doado e transferidos para serem gestados pela por essa companheira; ou com óvulos de uma companheira fertilizados com sêmen doado e transferidos para a outra companheira.
No primeiro caso, a mulher que irá fornecer os óvulos recebe as medicações para estimular folículos. Na melhor data do ciclo, os óvulos serão coletados por meio de punção e o sêmen virá dos bancos de esperma. Os gametas vão para laboratório e os óvulos são fertilizados. Entre 2 e 5 dias após a coleta, os embriões são transferidos para o útero e, após 14 dias, realiza-se o exame BGCH. No segundo caso, a única diferença é que a mulher que receberá os embriões faz um tratamento em paralelo para preparação de seu útero para a transferência.
Casais masculinos
Apesar de ser menos frequente, a procura de casais de homens por um filho biológico também acontece. “Nesse caso, é necessário conseguir óvulos de uma doadora, que precisa ser alguém que o casal não conheça, de acordo com a legislação brasileira. O útero para gestação do bebê deverá ser de uma parente até o quarto grau - uma prima, tia, mãe ou irmã”, lembra Karyna Saab.
O sêmen que será utilizado pode ser de qualquer um dos companheiros - uma vez que o espermograma indique que essa escolha realmente é viável - ou seja, que ambos não apresentem nenhum impeditivo.
O tratamento será o de fertilização in vitro. A doadora receberá medicações para estimular folículos, óvulos serão coletados por meio de punção e o esperma por meio de masturbação (ou até mesmo punção, dependendo do caso). Os procedimentos são realizados no mesmo dia na clínica. Os materiais vão para laboratório e o óvulo é fertilizado.
Em paralelo, prepara-se o útero da receptora para justamente receber os embriões - entre 2 a 5 dias após a punção. Depois de 14 dias o exame BHCG deverá ser realizado para se determinar o sucesso ou não do ciclo de tratamento.
Serviço:
Dra. Karyna Bustelo Saab - Especialista em Reprodução Humana
Endereço: Rua Padre Camargo, 435 - Alto da Glória - Curitiba (PR)