A falta de sol no inverno, principalmente para quem mora em Curitiba, pode acarretar alguns problemas de saúde.
A carência de vitamina D - produzida pela pele em resposta à exposição aos raios ultravioleta - já é considerada uma epidemia e atinge mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. “Vivemos uma época de super proteção ao sol. A maioria não sabe, mas alguns hábitos modernos, como dirigir sempre com os vidros fechados, evitar o sol ao máximo e até mesmo passar protetor solar em excesso, prejudicam a síntese da vitamina D”, explica o bioquímico Marcos Kozlowski, responsável técnico do LANAC – Laboratório e Análises Clínicas.
Os benefícios do pré-hormônio na prevenção de doenças ligadas aos ossos, como raquitismo infantil e a osteoporose, já são conhecidos e comprovados, mas agora, novas pesquisas relacionam os baixos níveis de vitamina D com o aumento dos casos de câncer, depressão, diabetes e outros distúrbios. “O exame que mede a concentração da vitamina D no organismo, antes deixado de lado por muitos, já teve aumento de 50% nas solicitações no último ano”, revela Kozlowski. Uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia pode servir de alerta. O estudo revelou que as mulheres do sul do Brasil são as que apresentam maior deficiência da substância no organismo (77% das curitibanas acima de 50 anos sofrem com a carência de vitamina D).
Durante o inverno - com a predominância de dias cinzas e nublados - é preciso ficar ainda mais atento aos níveis do pré-hormônio no organismo. Alguns alimentos podem fornecer a vitamina D, como peixes oleosos (salmão, atum, sardinha), cogumelos, gema de ovo, sucos e cereais enriquecidos artificialmente.
Mas a exposição ao sol continua sendo a melhor forma de se obter vitamina D. “É claro que não podemos esquecer que as radiações solares provocam manchas e apressam o envelhecimento, além de constituir a principal causa do câncer de pele. Mas ficar exposto ao sol, sem protetor solar, durante 15 minutos, já é capaz de garantir uma boa dose de vitamina D”, recomenda o bioquímico.