Me lembro da sensação que senti quando Jogador N° 1 terminou na sala de cinema. Fiquei extasiado, animado, empolgado e querendo contar ao mundo o que eu tinha acabado de presenciar.
Sempre fui cinéfilo e apaixonado por tudo o que envolve a 7° arte, mas confesso que poucos filmes conseguem causar esse efeito em mim. Quando soube que o livro viraria filme, eu temi. O que é normal já que vemos tantos cometendo erros nessa transição de uma história saindo dos livros e indo para as telonas. Temos muitos exemplos de sucesso, mas creio que temos mais casos que deram errado.
E aos que achavam que Steven Spielberg ficou ultrapassado em seu hiato, ele provou justamente o contrário. Mas sabe o que é mais fantástico nisso tudo? É que ele usou justamente o passado para fazer um trabalho maravilhoso em Jogador N° 1. Anos tão saudosistas como 70's, 80's e 90's são levados ao futuro e é aí que as coiss começam a acontecer.
A história se passa em 2045, onde Wade Watts, assim como toda a humanidade, prefere a realidade virtual do jogo OASIS, do que viver no mundo real. Nele, você pode ser quem quiser ser, fazer o que quiser fazer e o único limite é sua imaginação. Quando James Halliday, o criador do jogo, morre, os jogadores devem descobrir a chave de um quebra-cabeça para conquistar não só trilhões de dólares, mas também o controle total do game.
Geralmente analisamos e prestamos mais atenção em atuações dos atores do que em outros elementos do filme, mas sinceramente, isso é uma das coisas que menos importam nesse filme. Não que Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn e os outros atores do elenco atuem mal. Mas o filme é tão hipnotizante em outros aspectos que isso perde a relevância.
Não há como negar que o ponto forte e mais chamativo do filme são as referências. De Tiranossauro Rex a King Kong, de Gigante de Ferro a Chucky, de Mega Godzilla a O Iluminado, as referências são muitas. E mesmo com 2 horas e 19 minutos de filme, não é possível identificar todas logo de cara. Mesmo que a gente queira.
A trilha sonora também aguça nossa nostalgia, com clássicos como "We're Not Gonna Take It" do Twisted Sister, "I Wanna Be Your Lover" do Prince e "Stayin' Alive" do Bee Gees. A mistura entre live-action e animação dá muito certo e não é algo que cansa, inclusive, em muitos momentos elas se completam.
Além de performances com captura de movimento, os efeitos especiais causam um impacto visual, pela excelência e capricho dos detalhes. Com certeza, deve figurar entre os indicados de melhor animação no próximo Oscar.
Uma das maiores qualidades de Spielberg sempre foi o tom aventuresco, mesclado com a juventude, que deu muito certo em seus principais filmes, como Jurassic Park, ET e agora, com Jogador N°1. E esse clima de aventura, misturado com ótimos efeitos visuais e referências para dar e vender transformam o filme em um dos melhores do ano. E olha que ainda estamos em março!!
Sabe quando está passando um clássico dos anos 80 na TV, como “Curtindo a Vida Adoidado” ou “De Volta para o Futuro” e você para tudo o que está fazendo para assistir, com aquela sensação de que está vendo aquilo pela primeira vez mesmo que já tenha visto umas cem vezes? Então, Jogador N° 1 é assim!!! O tipo de filme que dá vontade de assistir uma, duas, três vezes nos cinemas. E sem dúvidas é o que eu pretendo fazer!
Lucas Camargo trabalha há 7 anos com mídias e entretenimento, sempre foi apaixonado por cinema e há cerca de 3 anos se dedica a esta área. Criador do portal Somos Cinéfilos, faz trabalho de RP em algumas ações específicas em cinemas de Curitiba, colunista do site XV Curitiba e agora, do ON.TheList.