De Veneza a Curitiba: “AQUI ONDE ESTOU” promove conversa sobre colecionismo na SOMA
- Por On.TheList
Depois de ocupar, em 2022, a sede da WeExhibit, em Veneza, durante a 59ª Bienal, a pesquisa curatorial iniciada em DAQUI DE ONDE ESTOU chega a Curitiba em um novo capítulo: AQUI ONDE ESTOU — resto, risco, ruína e rastro. Em cartaz até 28 de setembro, na SOMA – People & Culture, a mostra reúne 15 obras de nove artistas do Brasil, Uruguai e Chile, apresentadas em espelho, cerâmica, néon, vídeo, fotografia, instalação e performance. Concebida como um mapeamento crítico da arte contemporânea na América do Sul, a exposição reflete sobre presença, resistência e transformação por meio de um território sensível e político.
Com curadoria de Analize Nicolini e produção da BraSA.Art, AQUI ONDE ESTOU marca a estreia da ocupação curatorial permanente da pesquisadora na SOMA, que passa a abrigar um programa contínuo de exposições, mediação e pesquisa. O projeto não busca respostas, mas oportuniza diálogos que conectam obras e públicos em torno de temas urgentes, revelando tensões entre corpo, território, linguagem e silêncio.
Território em movimento
A mostra se estrutura em quatro vetores: resto, risco, ruína e rastro, além de propor três perguntas que funcionam como guias críticos e afetivos: Quem pode falar e ser ouvido? Como corpos e territórios resistem? O que a arte propõe aqui e agora?
As obras não ilustram conceitos. Elas agem, provocam e deslocam percepções. Cada trabalho cria zonas de instabilidade fértil, onde presença e apagamento, gesto e matéria, memória e colapso se entrelaçam. Ao percorrer a exposição, o visitante é convocado a responder ao mundo através da experiência artística.
Artistas participantes
Participam da Mostra Analize Nicolini, Kamilla Nunes, Raïssa de Góes, Bárbara Oetinger, Ana Campanella, Luiza Baldan, Aline Natureza, Sebastián Errázuriz R. e Tony Camargo, criando um território múltiplo de investigação sobre gesto, matéria e linguagem.
Conversa sobre colecionismo
No dia 09 de setembro, terça-feira, pós-feriado, a programação inclui uma conversa sobre colecionismo, mediada por Nicolini. Participam a colecionadora Carla Bordin e o artista Tony Camargo.
Carla Bordin, arquiteta e fotógrafa, traz a perspectiva de quem constrói coleções que não se limitam ao acúmulo de obras, mas fomentam relações vivas entre artistas, processos e públicos. Neste recorte, sua contribuição será refletir sobre como o colecionismo pode atuar como força crítica, ampliando espaços de diálogo e circulação para diferentes práticas contemporâneas.
Tony Camargo é artista visual cuja obra transita pela fotografia, instalação, vídeo e performance. Participou de importantes mostras, como a X Bienal do Mercosul, e tem trabalhos em acervos de instituições como o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), Museu Oscar Niemeyer (MON) e Museu de Arte do Rio (MAR). Vencedor do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea (2012) e indicado ao Prêmio Pipa, traz para o bate-papo a perspectiva de quem vivencia a criação artística e suas conexões com o mercado e a memória coletiva.
“Falar de colecionismo é também falar sobre escolhas afetivas. É um campo que envolve encontros e visões de mundo,” reflete Analize Nicolini.
Últimas semanas para visitação
Com entrada gratuita, a mostra abre espaço para a reflexão crítica sobre o presente a partir da produção artística sul-americana, reconhecendo a singularidade das vozes que a compõem. As últimas semanas de exibição são um convite para mergulhar em experiências que atravessam a arte como potência de transformação e resistência.
Sobre a BraSA.Art
A BraSA.Art é uma plataforma independente dedicada à arte, crítica, curadoria e formação. Fundada em 2019 por Analize Nicolini, a BraSA atua com programas de residência artística e curatorial, além de ações de difusão e comercialização de obras, conectando artistas e públicos em uma rede que integra pensamento, prática e circulação de narrativas críticas no campo das artes.
Com atuação no Brasil e no exterior, a plataforma já realizou exposições no Rio de Janeiro, Curitiba, Veneza e Lisboa, além de residências artísticas nessas cidades, fortalecendo conexões e ampliando os espaços de experimentação e troca.
Serviço:
AQUI ONDE ESTOU — resto, risco, ruína e rastro
Período: até 28 de setembro de 2025
Local: SOMA – People & Culture (Rua, José Bernardino Bormann, 730, Batel).
Conversa sobre colecionismo: 09 de setembro, terça-feira, às 18h30
Entrada: gratuita
Saiba mais em: https://www.analizenicolini.com/brasa/