Nesta quarta-feira, dia 23, a Bazaar Fashion recebe clientes e convidados para bate-papo exclusivo de uma das grifes internacionais mais importantes e badaladas do mundo, a Dior. O retail specialist Bruno Meireles vem à Curitiba para contar sobre a história da grife e apresentar a coleção SS18.
No evento, marcado para às 17h, os presentes poderão conferir as novidades em acessórios e ready to wear criados pela diretora artística da Dior Maria Grazia Chiuri e, inspiradas, nas obras da pintora, fotógrafa e cineasta francesa Niki de Saint Phalle.
SS18 Dior
Durante sua pesquisa nos arquivos da Dior, Maria Grazia Chiuri, diretora artística das coleções femininas, teve seu interesse atraído por uma série de fotografias de Niki de Saint Phalle. Em uma delas, a artista pode ser vista em um camelo, em outras, está posando para a Dior no período de seu grande amigo Marc Bohan, então chefe criativo da Maison. Com a beleza do seu tempo, mais adolescente do que andrógina, pequena e ardente, ela exibe um estilo de vestir que é icônico e pessoal, e que se mantém atual em suas proporções. Sua vida é o arcabouço da literatura. No momento da libertação das mulheres, Niki de Saint Phalle lançou-se em estreita relação com a arte, o mundo e ela mesma. Como todos os artistas, ela foi conduzida por suas emoções. E é essa criatividade feminina que fala com Maria Grazia Chiuri.
Por que não houve grandes mulheres artistas? Esta é a questão colocada pelo ensaio de Linda Nochlin em 1971, que também chamou a atenção de Maria Grazia Chiuri. É necessário retomar o lugar dessas artistas únicas e diferentes, pois são elas que quebram o molde do discurso tradicionalmente masculino na história da arte e na moda. Estas são as Nanas, esculturas de mulheres extraordinárias, mas também os corações multicoloridos, os dragões, a árvore do amor e sua obra-prima máxima, o Jardim do Tarô na Toscana, elementos que se tornaram estampas, bordados e mosaicos de espelho na coleção de Maria Grazia Chiuri. Ela não tem medo de tomar a paleta exuberantemente colorida de Niki de Saint Phalle e fazê-la dialogar com rendas, seda, couro ou plástico.
A coleção também faz referência a Marc Bohan e seus pequenos vestidos e macacões, às vezes combinados com saias fartas que se abrem na frente. Há também polka dots, xadrez em preto e branco, calças usadas com jaquetas comuns ou de safari, e de acordo com o humor, combinadas a camisas masculinas com listras finas ou bolinhas, ou um branco romântico: todos empréstimos do vocabulário de Marc Bohan. Finalmente, a atmosfera da coleção e as referências, sejam elas explícitas ou implícitas, nos conduzem à turbulência embriagadora dos anos sessenta, ilustrativo das forças mutantes desses universos femininos. Eles mudam não apenas a moda, mas também o mundo contemporâneo.