Uma casa deve ter personalidade e histórias para contar. Para isso colecionamos peças de família, fotos de momentos especiais e objetos que tenham a nossa cara. Casa é local de conservar e construir memórias. Os almoços em família, o abraço dos avós, o cheiro do bolo favorito, o balanço que marcou a infância, a canção favorita dos seus pais. Biologicamente, o processo de criação de uma memória exige atenção ao momento, desenvolvimento que é amplificado quando os acontecimentos envolvem afeto – tendendo a ser memorizados com maior vividez.
Palco de momentos especiais, a cozinha une a família como nenhum outro espaço da casa. | Foto Eduardo Macarios | Projeto Alessandra Gandolfi
Mas, como trazer essas boas memórias dentro de casa?
Para a arquiteta Alessandra Gandolfi, “vivemos um momento em que a casa se tornou centro de nossas atenções. Ao voltarmos nosso olhar com mais cuidado para o lar, percebemos a importância de algumas questões ímpares que, muitas vezes, passavam despercebidas em meio às rotinas agitadas”. Sendo assim, mais que conforto e bem-estar, as pessoas querem se enxergar em cada ambiente do lar, para que eles expressem sua personalidade.
Ainda mais do que local de criar recordações marcantes, a casa também pode contar a história de cada um. Na decoração, o resgate dessas lembranças pode acontecer de diversos modos, com móveis ou objetos que foram importantes para você ao longo da vida, por exemplo: um vaso, uma luminária, uma poltrona da casa da avó…
Alguns espaços são ideais para reunir talentos, memórias e afetos ao lado de pessoas queridas | Foto Fernando Zequinao | Projeto Alessandra Gandolfi
Pendurar quadros de família, peças adquiridas em viagens marcantes, objetos que foram guardados, trazem mais propósito e significado ao morar também. Para os amantes da arte, é possível criar uma parede com composições de obras especiais. Já para quem gosta de cozinhar, trazer cores e elementos que tragam prazer e tranquilidade é uma opção muito interessante, afinal, aromas, plantas e texturas também trazem memórias afetivas.
Outra opção é criar um espaço temático que contemple gostos pessoais ou algum hobby da família. Por esse motivo, áreas gourmet, fornerias, adegas, sala de jogos, home theaters, salas de músicas ou brinquedos são alguns dos ambientes queridinhos em diversos projetos.
Nessa forneria, as receitas da família estão gravadas na parede | Foto Divulgação | Projeto Alessandra Gandolfi
Viver a casa é olhar para si mesmo e buscar respostas em sua essência. Para a profissional, a nova casa não é mais só para guardar coisas, tomar banho, comer e dormir. Ela pode ajudar a contar histórias e resgatar memórias afetivas, impactando os sentidos de quem vive ou passa por ela.